Cidades
Rússia anuncia registro da 1ª vacina contra Covid-19 para animais
Agência reguladora agrícola do país aprovou o uso do imunizante Carnivac-Cov após testes mostrarem que ele gerou anticorpos contra o vírus em cães, gatos, raposas e visons.
- - G1 / FolhaGO
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/R/i/dEh9uZQO2qdp4Mcmk5LQ/2021-03-31t144637z-1-lynxmpeh2u18t-rtroptp-4-saude-covid-russia-animais.jpg)
A Rússia registrou a primeira vacina contra Covid-19 do mundo para animais, a Carnivac-Cov, anunciou a agência reguladora agrícola do país nesta quarta-feira (31).
A agência reguladora Rosselkhoznadzor diz que o imunizante é de vírus inativado e consegue proteger espécies vulneráveis e impedir mutações virais.
Os ensaios clínicos começaram em outubro em cães, gatos, raposas, minks e outros animais e a Carnivac-Cov é recomendada para animais carnívoros, segundo a Rosselkhoznadzor.
"Os resultados dos estudos nos permitem concluir que a vacina é inofensiva e que é altamente imunogênica, pois os anticorpos para o coronavírus foram desenvolvidos em 100% dos casos", afirma Konstantin Savenkov, vice-chefe da agência reguladora russa.
Até agora, a Rússia só documentou dois casos de Covid-19 entre animais, ambos em gatos, segundo a agência de notícias Reuters.
Mutação do coronavírus em animais
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já expressou preocupação com a transmissão do vírus entre humanos e animais.
Em novembro, a Dinamarca abateu todos os 17 milhões de visons de seus criadouros, após concluir que uma linhagem do coronavírus havia passado de humanos para visons e a mutação do vírus infectou 12 pessoas.
Visons são animais semelhantes a doninhas criados em fazendas para fabricação de casacos e outras peças de vestuário.
"O vírus que sofreu mutação através dos visons poderia representar um risco de que futuras vacinas não funcionem como deveriam. É preciso sacrificar todos os visons", disse a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, na época.
Visons são animais semelhantes a doninhas criados em fazendas para fabricação de casacos e outras peças de vestuário de pele — Foto: Pixabay
Sputnik V
A Rússia também foi o primeiro país do mundo a autorizar o uso de uma vacina contra o novo coronavírus em humanos, a Sputnik V, em agosto. O registro foi concedido quando a vacina russa ainda estava na fase 1 de testes em humanos e não havia estudos sobre a sua eficácia.
Quatro meses depois, em dezembro, o instituto russo de pesquisa Gamaleya divulgou que a Sputnik V tinha 91,6% de eficácia contra a doença, segundo resultados preliminares publicados na revista científica "The Lancet", uma das mais respeitadas do mundo.
A vacina russa para humanos ainda não foi aprovada no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A agência recebeu na sexta-feira (26) um novo pedido de uso emergencial do imunizante.
Dias antes, a Anvisa disse que precisava ter acesso aos dados brutos dos testes da Sputnik V, um requisito para o pedido de uso emergencial no Brasil.
VÍDEOS: novidades sobre vacinas contra a Covid-19